sábado, 16 de fevereiro de 2013

Crianças - A importância do limite

Vídeos divertidos de crianças

Saber dizer “não” é, segundo os especialistas, um dos aspectos importantes e saudáveis da educação de crianças e adolescentes.

Uma das maiores dificuldades na educação de uma criança consiste na tarefa de saber dosar amor e permissividade com limite e autoridade. Todos têm consciência da importância de impor limites, mas o fato de saber disso não é suficiente para fazer desta uma tarefa fácil. Os pais frequentemente se deparam com muitas dúvidas: Estou agindo certo? Onde eu errei? Por que ele não me obedece?
É importante analisar como a noção do proibido vai se constituindo ao longo do desenvolvimento infantil para compreender melhor o comportamento da criança. Ela, até o fim do primeiro ano de vida, obedece ao princípio primordial da vida humana: o princípio do prazer. Por isso procura apenas fazer o que lhe causa satisfação e tenta fugir do que é vivido como algo desprazeroso. Nesse estágio, ela age por impulso instintivo. Esse é o primeiro sistema de funcionamento mental, o mais primitivo e existente desde o nascimento do indivíduo, que é denominado pela psicologia de id.
O id é essencialmente impulsivo – age primeiro e pensa depois. É imperioso, intolerante, egoísta e amoral; é agressivo, sexual, destrutivo, ciumento, enfim, é tudo que existe de selvagem em nossa natureza. Assim, a criança quer fazer tudo o que lhe vem à mente: deseja o que vê, imita o que fazem ao seu redor e tem permanentemente insaciável e ativa a sua curiosidade que, freqüentemente, aborrece, preocupa e constrange as pessoas. Ao mesmo tempo, essa impulsividade é uma das necessidades mais prementes em seu desenvolvimento, que, quando reprimida, gera crianças sem brilho, apáticas, desinteressadas e rigidamente bem comportadas. A necessidade de tocar, apalpar, mexer, demonstrar, destruir, desfazer e tentar reconstruir objetos são atividades importantíssimas e fazem parte de sua forma de entrar em contato com o mundo externo.
A partir dos 18 meses, a criança começa a se opor para afirmar-se e existir por si mesma. É o início da fase do não, tão temida pelos pais, e que termina, na melhor das hipóteses, por volta dos três ou quatro anos. Nessa fase, trata-se de uma oposição sistemática, porém necessária à estruturação e organização de sua personalidade. Basta substituir o "não" por "eu" para se ter a chave do problema. Para uma criança, dizer "não" significa apenas: "Eu acho que não! E você?" Ela quer simplesmente uma resposta dos pais que, favorável ou não, terá, pelo menos, o mérito de indicar os limites. A partir dos três ou quatro anos, a criança passa, pouco a pouco, do "não" sistemático – modo de comunicação arcaico, mas necessário ao seu desenvolvimento – para o "não" refletido, que afirma seus gostos e escolhas.
Culpa e castigo
Desde cedo, a criança percebe que seu comportamento impulsivo, em vez de satisfação, freqüentemente acarreta uma censura por parte do mundo externo. Ela passa, assim, a dominar suas atividades instintivas. Como, acima de tudo, a criança deseja o apoio e a aprovação dos adultos e necessita imensamente deles, especialmente do pai e da mãe, começa a compreender que precisa controlar melhor seus desejos e impulsos. Ao conformar-se gradualmente com as imposições do meio ambiente (educação), controlando ou repelindo os desejos que não podem ou não devem ser satisfeitos, vai se estruturando o sistema moderador ou filtrador, o ego.
O ego faz com que a criança troque o princípio do prazer, que orientava suas atividades instintivas, pelo princípio da realidade, mediante o qual consegue adiar ou anular os impulsos que não são adequados ao meio em que vivem. O ego coloca-se como intermediário entre o id e o mundo externo, entre as exigências impulsivas e as restrições do meio.
A parte moral ou ética da personalidade se manifesta quando julgamos nossos atos na categoria de bom ou mau. Essas considerações dependem de um sistema de autocensura, denominado superego. O superego desenvolve-se a partir do ego, mediante a internalização ou incorporação dos modelos externos, das advertências e censuras.
O superego passa a atuar sobre a criança da mesma maneira que os pais: punindo-a quando se comporta mal e dando-lhe a sensação de bem-estar quando age corretamente. A punição assume um aspecto de sentimento de culpa ou de inferioridade, de angústia ou inquietação. A recompensa proporciona, por sua vez, orgulho, realização ou sensação de cumprimento do dever, ou seja, uma virtude.
Até dois ou três anos, a noção do proibido não lhe faz ainda muito sentido. Será preciso repetir-lhe muitas vezes o que ela pode ou não pode fazer, explicando-lhe em poucas palavras a razão dessa proibição. Somente depois dos três ou quatro anos a criança passa a compreender, cada vez melhor, as ordens dadas, começando a entender as noções de bem e de mal. E, a princípio, ela procurará obedecer aos pais somente para satisfazê-los.
As crianças, ao contrário do que se pensa, são muito preocupadas com regras. Parece que agir dentro de limites, cuidadosamente estabelecidos, oferece-lhes uma estrutura segura para lidar com uma situação nova e desconhecida.
É fundamental que os adultos tenham clareza de suas convicções e sejam fiéis a elas, pois, para os pequenos, eles são modelos vivos a serem seguidos. É por meio do convívio com essas fontes de referências que eles vão estruturando a sua própria personalidade.
A criança que não aprende a ter limite cresce com uma deformação na percepção do outro. As conseqüências são muitas e, freqüentemente, bem graves como, por exemplo, desinteresse pelos estudos, falta de concentração, dificuldade de suportar frustrações, falta de persistência, desrespeito pelo outro – por colegas, irmãos, familiares e pelas autoridades. Com freqüência, essas crianças são confundidas com as que têm a síndrome da hiperatividade verdadeira, porque, de fato, iniciam um processo que pode assemelhar-se a esse distúrbio neurológico. Na verdade, muito provavelmente trata-se da hiperatividade situacional, pois, de tanto poder fazer tudo, de tanto ampliar seu espaço sem aprender a reconhecer o outro como ser humano, essa criança tende a desenvolver características de irritabilidade, instabilidade emocional, redução da capacidade de concentração e atenção, derivadas, como vimos, da falta de limite e da incapacidade crescente de tolerar frustrações e contrariedades.
O pediatra e psicanalista britânico Donald Winnicott dizia: “É saudável que um bebê conheça toda a extensão da sua raiva. Na vida, existe o princípio do desejo e o princípio da realidade. Uma criança a quem se cede em tudo imediatamente, ‘a quem nunca se recusou nada’, como dizem os pais, suporta mal a frustração. Muitos desses pais que cedem sempre vêem o filho no presente, ao passo que aqueles que sabem dar sem mimar vêem o filho no tempo e no futuro. Eles lhe oferecem perspectivas, lhe mostram o valor do desejo e da espera, para melhor saborear o que é obtido.”

O esporte na vida da criança

Jogo do puxa-puxa

O fascínio por alguns esportes fazem a alegria dos brasileiros. E a prática esportiva é um excelente estímulo para a criança ocupar a mente e desenvolver o corpo.

O celeiro de um futuro campeão sugere uma série de cuidados específicos, e o primeiro cuidado é exatamente o de saber qual o esporte ideal para o seu filho poder se dedicar. Alguns esportes de contato físico, como o judô e o tae kwon do, e esportes coletivos em geral, não são recomendados para crianças muito pequenas. O ideal é deixá-la desenvolver primeiro os esportes básicos, como natação, atletismo e ginástica, que vão ajudar a desenvolver seu corpo e podem até servir de base para o desenvolvimento de esportes mais específicos no futuro.
No caso dos pais também praticarem um determinado esporte, o corujismo acaba direcionando o filho a seguir os passos paternos, às vezes, até de forma inconsciente. Por mais que seja difícil evitar a influência, é sempre bom deixar a criança escolher que modalidade desperta mais sua atenção - evidentemente, a prática dos pais acaba servindo de propaganda, mas é sempre bom deixar a criança escolher.
Exemplos não faltam no esporte para servir de exemplo. A dona-de-casa americana Debora Phelps fez ginástica rítmica na faculdade, e acabou se casando com um jogador de futebol americano universitário. Dos seus três filhos, nenhum seguiu o esporte do pai, nem da mãe, e desde que observou que seus pequenos gostavam mesmo era de piscina, Debora fez todo o possível e o necessário para fazer deles bons nadadores. Deu certo, suas filhas são os destaques dos times juvenis de natação dos Estados Unidos, e seu filho, Micheal Phelps acaba de voltar da Olimpíada de Atenas com seis medalhas de ouro e vários recordes mundiais superados.
Mas há exemplos em que a influência direta dos pais podem ser benéfica. A natação, por exemplo, é ótima para ajudar crianças com problemas respiratórios. O judô também pode ajudar crianças com pouca massa muscular a fortalecer seu corpo. Nesses casos, o direcionamento da criança para um esporte específico causado por motivos de saúde pode acabar estimulando a mesma a buscar uma performance, não só seguir por simples ordem médica. Fernando Scherer, o Xuxa, é um exemplo de criança que começou a nadar devido a problemas respiratórios e acabou se tornando um dos melhores velocistas do mundo nas piscinas.
O mais importante é manter o esporte como forma de ocupação e desenvolvimento da criança. Se ela vai ou não se destacar na sua modalidade só o tempo e as conseqüências podem dizer. Se os treinos não servirem para que ela alcance grandes performances, ao menos podem torná-la mais saudável física e mentalmente, e menos suscetível ao mundo das drogas, entre outros problemas sociais.
E, no fim das contas, para o papai e a mamãe coruja, o filhão será sempre um grande campeão.

Natação infantil: um hábito saudável


crianças na piscina

Natação Infantil

Desde cedo as crianças devem ser incentivadas a exercerem alguma atividade física. As vantagens de um esporte iniciado logo cedo são inúmeras. A natação é uma excelente dica ao público infantil.
Você quer saber alguns dos benefícios proporcionados pelas atividades físicas? Então vamos lá: melhora a capacidade cardiorrespiratória, o tônus, a coordenação, o equilíbrio, a agilidade, a força, a velocidade, desenvolve habilidades psicomotoras como a lateralidade, as percepções tátil, auditiva e visual, as noções espacial, temporal e de ritmo, sociabilidade e autoconfiança.
Não podemos nos esquecer de um aspecto fundamental: a criança não deve ser obrigada a fazer aquilo que não gosta. Deixe que ela escolha a sua atividade física. Segundo a Academia Americana de Pediatria, 75% das crianças obrigadas a fazer esportes de que não gostam, até os 15 anos, param de praticar e ficam sedentárias.
A natação é o esporte que pode fazer parte da vida da criança logo nos primeiros meses. É praticada de forma lúdica e recreativa, sem compromisso com as técnicas, para uma adaptação ao meio líquido.
Esse esporte contribui para desenvolvimento do ser humano integral, nos aspectos cognitivo, emocional e social. Também é incontestável a eficácia e a eficiência da natação para a melhoria do aspecto físico e da postura essenciais para o desenvolvimento motor do bebê.
Na natação, a criança pode experimentar os movimentos novos que aprende sem traumas de um tombo como rolar, movimentar perninhas e bracinhos. Além de tudo, é um meio aconchegante oferecido pela água morna.
Companheiro - As crianças precisam da presença de um acompanhante nas aulas, alguém que a criança confie. Essa relação de confiança é de fundamental importância para o desenvolvimento afetivo do bebê. Além disso, as crianças aprendem com mais segurança, sem medo do desconhecido.
A importância da natação para a formação de sua personalidade e inteligência é algo que não se pode negar. Com os colegas na piscina, aprendem que cada um tem sua vez e todos são importantes.
Crianças iniciadas em um programa de adaptação ao meio líquido em idade pré-escolar têm um rendimento mais satisfatório em seu processo de alfabetização.
Não é de se espantar quando se fala que a natação é um esporte completo. Esse esporte também melhora a resistência do organismo e ajuda na prevenção e recuperação de doenças como asma, bronquite e problemas ortopédicos.
Quando o bebê estiver com febre, diarréia ou vômito, reações vacinais ou dores de ouvido não o leve para a aula de natação. Agasalhe sempre as crianças antes e depois das aulas.
Os pais não devem matricular seus bebês nas aulas de natação com o objetivo de formarem campeões, mas sim pela formação de um hábito que lhe renderão boa saúde para sempre. A medalha de campeão em saúde ninguém tirará de seu filho.

Futsal: As crianças jogam para aprender ou aprendem para jogar?




Iniciação ao Futsal: As crianças jogam para aprender ou aprendem para jogar?

    O futsal desenvolveu-se, substancialmente nas últimas décadas, isso deve-se às significativas alterações ocorridas nas suas regras, tornando-o um esporte mais dinâmico, competitivo e atraente.
   No Brasil, as crianças constituem grande parte dos que praticam futsal, então, não podemos deixar passar despercebido, o fato de que é precoce ensinar um único tipo de esporte para crianças de 07 e 08 anos, principalmente, quando observamos que alguns treinos de futsal para iniciantes, é destinado a repetição de gestos técnicos, isto é, à especialização técnica precoce. Além da especialização gestual e tática prematuras, vemos que a intensidade nos treinamentos, a pressão dos pais para obter bons resultados, a cobrança excessiva do técnico em competições, a insegurança e o medo de errar, constituem-se, em possíveis motivos de abandono do futsal entre adolescentes.
   Em virtude do exposto, nos parece plausível que a maioria das crianças apresente dificuldades em administrar a pressão emocional exercida por parte da torcida ‘’familiar’’, sobretudo quando se trata de competições federadas, nas quais, o clima de disputa tende a ser mais acirrado e, em alguns casos, hostil, pois o resultado do jogo implica, quase sempre em classificação ou desclassificação da equipe para fases futuras da competição. Outro agravante da competição federada para crianças reside em sua baixa participação nos jogos. Parte dos técnicos, a fim de dar conta de todas as expectativas geradas em torno desse tipo de competição, pode preterir algumas crianças e privá-las da participação nos jogos, geralmente as de maturação tardia. Neste caso o esporte que deveria se constituir num facilitador educacional, fomentando competições educativas no lugar de estressantes, dissemina a seletividade e a ideologia da vitória a qualquer custo.
   Por outro lado, parece razoável que as competições, como festivais e torneios de curta duração, por serem mais dados à cooperação, possibilitariam a participação de mais crianças. Como decorrência, vê-se aumentada a chance dos técnicos assegurarem a participação de todas e ofertá-las uma mesma premiação. Neste caso, por participação e não por desempenho. Sinaliza-se para o fato de que os responsáveis pela organização e a manutenção desses tipos de eventos, se preocupam com quem joga, isto é, há a preocupação em proporcionar um ambiente favorável(prazeroso, cooperativo e livre de tensões) para o  desenvolvimento da criança.
   Podemos perceber que entre crianças na faixa etária de 10 aos 12 anos, praticantes de diferentes modalidades, a saúde e o desenvolvimento são fatores mais significativos de aderência ao esporte que a auto realização (competir para vencer). Por conseguinte, no lugar de gerar tantas expectativas sobre os resultados, competir deveria oportunizar aos iniciantes fazer amizades e desenvolver autoestima, propiciar o prazer de jogar e aprender a lidar com vitórias e derrotas.