sábado, 16 de fevereiro de 2013

Futsal: As crianças jogam para aprender ou aprendem para jogar?




Iniciação ao Futsal: As crianças jogam para aprender ou aprendem para jogar?

    O futsal desenvolveu-se, substancialmente nas últimas décadas, isso deve-se às significativas alterações ocorridas nas suas regras, tornando-o um esporte mais dinâmico, competitivo e atraente.
   No Brasil, as crianças constituem grande parte dos que praticam futsal, então, não podemos deixar passar despercebido, o fato de que é precoce ensinar um único tipo de esporte para crianças de 07 e 08 anos, principalmente, quando observamos que alguns treinos de futsal para iniciantes, é destinado a repetição de gestos técnicos, isto é, à especialização técnica precoce. Além da especialização gestual e tática prematuras, vemos que a intensidade nos treinamentos, a pressão dos pais para obter bons resultados, a cobrança excessiva do técnico em competições, a insegurança e o medo de errar, constituem-se, em possíveis motivos de abandono do futsal entre adolescentes.
   Em virtude do exposto, nos parece plausível que a maioria das crianças apresente dificuldades em administrar a pressão emocional exercida por parte da torcida ‘’familiar’’, sobretudo quando se trata de competições federadas, nas quais, o clima de disputa tende a ser mais acirrado e, em alguns casos, hostil, pois o resultado do jogo implica, quase sempre em classificação ou desclassificação da equipe para fases futuras da competição. Outro agravante da competição federada para crianças reside em sua baixa participação nos jogos. Parte dos técnicos, a fim de dar conta de todas as expectativas geradas em torno desse tipo de competição, pode preterir algumas crianças e privá-las da participação nos jogos, geralmente as de maturação tardia. Neste caso o esporte que deveria se constituir num facilitador educacional, fomentando competições educativas no lugar de estressantes, dissemina a seletividade e a ideologia da vitória a qualquer custo.
   Por outro lado, parece razoável que as competições, como festivais e torneios de curta duração, por serem mais dados à cooperação, possibilitariam a participação de mais crianças. Como decorrência, vê-se aumentada a chance dos técnicos assegurarem a participação de todas e ofertá-las uma mesma premiação. Neste caso, por participação e não por desempenho. Sinaliza-se para o fato de que os responsáveis pela organização e a manutenção desses tipos de eventos, se preocupam com quem joga, isto é, há a preocupação em proporcionar um ambiente favorável(prazeroso, cooperativo e livre de tensões) para o  desenvolvimento da criança.
   Podemos perceber que entre crianças na faixa etária de 10 aos 12 anos, praticantes de diferentes modalidades, a saúde e o desenvolvimento são fatores mais significativos de aderência ao esporte que a auto realização (competir para vencer). Por conseguinte, no lugar de gerar tantas expectativas sobre os resultados, competir deveria oportunizar aos iniciantes fazer amizades e desenvolver autoestima, propiciar o prazer de jogar e aprender a lidar com vitórias e derrotas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário